Amamentação na real

10 principais dificuldades na amamentação e como resolvê-las

Você não consegue amamentar o seu bebê? Dizem que o seu leite é fraco? Você não tem leite suficiente? 

Querida amiga, o tema de hoje é amamentação. Você está passando por essa fase e tem muitas dúvidas sobre o assunto? Ou está gestante e se preparando para quando seu bebê nascer?

Neste post, vamos falar sobre os principais problemas que ocorrem na amamentação e como fiz para resolvê-los. 

O ato de amamentar caracteriza o primeiro contato entre mãe e filho, significa para o bebê “seja bem-vindo”, uma demonstração de aconchego e carinho, entretanto desde o   primeiro momento a amamentação pode se tornar um desafio até mesmo para as mães mais experientes, mas tenham calma, nada que informação e acompanhamento médico e familiar não resolva. 

Minha experiência com o aleitamento materno 

Eu sou mãe de dois filhos, um rapaz de 17 e uma menina de 2 anos. O primeiro nasceu quando eu tinha dezenove anos e, naquela época, não obtive êxito no aleitamento materno devido à falta de orientações adequadas da pediatra. Há dezessete anos a internet não era tão acessível, funcional e completa como hoje, bem como os livros que discorriam sobre o assunto também não eram encontrados com facilidade.

Durante um bom tempo acreditava que a culpa era minha por não conseguir amamentar meu filho e isso provocou muita frustração. 

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Muitas pessoas diziam que meu leite era fraco ou que a quantidade não era suficiente. Durante o processo de amamentação surgiram dores e ferimentos nos seios – devido ao encaixe incorreto da boca do bebê na mama - e então com menos de um mês, contra minha vontade, tive que aceitar a introdução do leite artificial. 

Há dois anos, eu tive a gestação da minha pequena Isadora. Durante todo o período da gestação eu busquei informações em todos os locais possíveis, variando entre textos e vídeos de mães e especialistas que assim como eu decidiram compartilhar sua experiência.

Estava decidida a amamentar minha filha do jeito certo. Desta vez eu tinha confiança de que conseguiria e consegui. 

Em minhas pesquisas descobri que não existe o tal “leite fraco”, e que a quantidade de leite que a mulher produz está diretamente relacionada ao estímulo gerado pela sucção de seu bebê. Já ouviu aquela famosa frase: “informação é poder”? Então, eu sou a prova de que isso é verdade, mas não é qualquer informação que pode nos ajudar a resolver esse problema.

Eu tive que pesquisar muito, busquei sites confiáveis de profissionais de saúde, assisti muitos vídeos em canais no Youtube e filtrei o que tinha de melhor. 

Aprendi que muitos erros cometidos com o meu primeiro filho poderiam ser resolvidos facilmente, precisava apenas de orientações médicas, que não tive e informação. 

Os mitos que as pessoas colocam em nossas cabeças afetam nosso psicológico e complicam ainda mais um momento de extrema importância na vida da mulher, por isso a necessidade de falar com mais detalhes.

Principais dificuldades da amamentação e como resolvê-las

1. O seu leite é fraco

Isso não existe, mães. O leite materno tem uma cor característica meio amarelada e é completamente rico em gorduras e nutrientes essenciais para os nossos filhos. No início da lactação, é um pouco mais claro, mas com o tempo vai ficando mais encorpado. 

2. Você não tem leite suficiente

Outra inverdade em relação ao aleitamento materno. A quantidade de leite produzido pela lactante tem total relação com as mamadas do bebê, ou seja, quanto mais ele suga o seio, mais você, mamãe, produzirá leite suficiente para alimentá-lo. 

3. Livre demanda

Quem já ouviu falar nesse termo? A livre demanda consiste no oferecimento do seio ao bebê sempre que ele necessitar, ou seja, não se recomenda estabelecer horários pré-definidos para os bebês se alimentarem. A livre demanda também está relacionada a quantidade de leite produzido pela mãe, pois quanto mais o bebê mama, mais a mãe produzirá leite. 

4. Uso de chupetas e mamadeiras

O uso de chupetas e mamadeiras interferem no aleitamento materno, pois, segundo especialistas, isso confunde o bebê. Para se alimentar no seio da mãe o bebê faz um esforço maior para sugar e isso também traz benefícios para o bebê tanto que nas mamadas o bebê sua bastante. Já na mamadeira e no bico o ato de sugar se torna algo muito fácil fazendo com que o bebê não queira mais se esforçar para mamar no peito. 

5. Fatores que interferem na produção do leite: estresse e nervosismo

Sim mães, ficar estressadas e nervosas pode atrapalhar a produção de leite. Por isso nessa fase até os seis meses, pelo menos é importante que a família, os parentes e amigos tentem proporcionar um ambiente favorável para o aleitamento materno. Aproveito para agradecer a minha cunhada Ana Cristina, que foi fundamental para que eu me sentisse bem e confortável para amamentar Isadora. 

6. As fórmulas são semelhantes ao leite materno

Mentira. Nada se assemelha ao leite materno. Vamos nos lembrar que as fórmulas são produzidos tendo como base o leite de vaca que é processado para ser fórmula infantil. Claro que hoje em dia esse tipo de leite é fabricado com especificações técnicas que conferem qualidade para o bem-estar do bebê, porém, ainda assim são compostos  químicos e os efeitos disso só irão ser sentidos a longo prazo como, por exemplo, o surgimento de alergias,  sendo o que ocorreu com meu primeiro filho.

7. A técnica da pega correta: como evitar as temidas rachaduras e fissuras no seio 

Você sabia que existe uma forma adequada do bebê abocanhar o seio para mamar que evita com que haja rachaduras e sangramento no seio? Isso mesmo mães, o seio da mulher quando fere pelo ato de amamentar quer dizer que você precisa corrigir a forma com que seu bebê pega no seio. Ou seja, é uma técnica que deve ser aprendida pela mãe e pelo filho. Observem a imagem abaixo. Leiam esse estudo de Santiago e Santiago. 

Fonte: Santiago LB, Santiago FGB, 2014.

8. Perda de peso

Amamentar emagrece, minhas amigas. Antes de engravidar, estava com 76 quilos. Hoje, 2 anos e 4 meses depois, estou com 67 quilos e não saí dessa marca. Isso acontece porque o nosso corpo ao produzir o leite materno gasta em torno de 700 calorias. Pensem que maravilha!

9. O que fazer quando o leite empedra?

Mães nada de fazer compressa de água quente, pois piorará a situação. O melhor a ser feito é massagem e ordenha do leite. 

10. Como continuar oferecendo leite materno após o fim da licença-maternidade?

Para as mães que trabalham esse é um grande dilema, mas a mãe pode ordenhar o leite antes de sair de casa e colocá-lo no congelador para que alguém o aqueça e forneça para seu bebê. Assim, poderá manter a amamentação exclusiva até os seis meses, que é o recomendado pela Organização Mundial de Saúde.

Ser mãe é fácil

Claro que não! Isso é fato. Quando o bebê nasce, nós paramos de pensar em qualquer outra coisa para cuidarmos do nosso ser tão amado que exige atenção e cuidados exclusivos. Sentimos dores, sono, cansaço, estresse, mas tudo passa. Essa fase dos 100 primeiros dias são os mais complicados e a amamentação deve ser algo a ser aprendido para se obter êxito. Por isso, se você está grávida, estude, leia, procure informações de qualidade que vão te ajudar nesse processo. 

Atenção: O aleitamento materno é algo que deve ser decidido pela mulher. Caso ela não queira amamentar é direito seu. Porém, é necessário sim conhecer os milhares de benefícios do aleitamento materno e as consequências do desmame precoce, que muitas vezes só percebemos a longo prazo. 

Mães, se o peito feriu e está doendo muito ao terminar de amamentar, passe o leite materno em torno do local ferido e deixe secar ao natural, sem sutiã. Eu fiz isso e deu super certo. Referências

BOECHAT, Nara. Mitos e verdades sobre amamentação e doação de leite humano. Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/FioCruz). Disponível em: <http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/209-mitosleitehumano> Acesso em: 29 jul. 2020.

LEITE materno versus leite de fórmula: que semelhanças eles têm? Medela. Disponível em: <https://www.medela.com.br/amamentacao/jornada-da-mae/leite-materno-versus-leite-de-formula> Acesso em:28 jul. 2020. Santiago LB, Santiago FGB. Aleitamento materno: técnica, dificuldades e desafios. Resid Pediatr. 2014;4(3 Supl.1):S23-S30. Disponível em <http://residenciapediatrica.com.br/detalhes/115/aleitamento-materno--tecnica--dificuldades-e-desafios> Acesso em:28 jul. 2020.